terça-feira, 26 de agosto de 2014

Até breve,


Faz algum tempo que já estou aqui, lendo e relendo esses textos já publicados, sem saber muito bem como começar, escrevendo e apagando, mas já com uma dor no peito de saudade.
Há um ano e meio atrás quando comecei a publicar aqui no blog, com o texto “Pizza de Ideias”, ainda muito tímida, não sabia se daria certo, com um receio enorme de expor os meus textos, eu não fazia ideia de como iria crescer com esse espaço, do quanto essa pizza chamada “Relicário Abstrato” seria deliciosa.
Com o passar do tempo eu ganhei autonomia e confiança, comecei a publicar textos mais elaborados, mais coerentes, embora todos eles não passassem de simples confidências de alguém que mesmo sendo jovem e inexperiente compartilhava das vivências, dos medos, das alegrias e das descobertas que a vida nos proporciona.
Algumas vezes revelando mais do que queria, outras escondendo atrás de palavras e vírgulas aquilo que eu mesma tinha medo de encarar. O fato é que esse espaço ganhou uma enorme significância para mim, aqui eu aprendi e reaprendi muita coisa. No começo era como uma espécie de diário, mas depois... se tornou algo muito maior.
Contudo, esse espaço só cresceu por que exista do outro lado, alguém chamado leitor. E a esses inúmeros leitores que leram, tiveram paciência, voltaram com frequência ou não, mas que tornou possível e gratificante essa experiência fica aqui o meu muito obrigada, de coração.
É com certa tristeza que eu venho dizer que eu vou parar com o blog, por um tempo. A verdade é que já faz uns meses que ele anda meio parado e abandonado, dada a sua importância não era justo comigo e com vocês deixá-lo assim.
Há dois meses eu publiquei uma nota dizendo que ele voltaria em agosto com nova cara e novos textos, mas não foi possível. Eu voltei a estudar e quem está aí e também estuda, sabe que não nos sobra muito tempo e, quando sobra a gente só pensa em dormir.
Outros motivos também me levaram a tomar essa decisão e um deles é amadurecer esse espaço, amadurecer o modo de escrever, o seu conteúdo e, no momento, me falta espaço e tempo para isso.
E enfim... acho que é isso.
Fica aqui o meu muito obrigada ao meu amigo e revisor que está aí em Brasília, mas que sempre arranjou tempo e paciência para me ajudar a colocar algumas vírgulas no lugar; ao blog “Suspiros e Desatinos” pela parceria, pela oportunidade de ampliar os meus leitores; a todos os leitores que juntos fizeram esse blog acontecer.
Eu gostaria de agradecer ao Rodolfo, por ter me incentivado a criar esse espaço, por ter me dado o Relicário de presente; aos meus amigos mais próximos por todas as vezes que leram, mesmo quando eram somente rascunhos e não eram bons, mas que apoiaram e incentivaram, e a todas as pessoas que contribuíram e contribuem em maior ou menor grau para a minha formação enquanto pessoa.
Sem cada um de vocês, não teria sido tão gratificante.
Aqui eu conheci pessoas maravilhosas, com algumas eu seguirei mantendo contato, com outras o futuro irá se encarregar de nos colocar frente a frente em alguma esquina da vida. O Relicário se tornou um rascunho de um projeto muito maior e mais ambicioso. E, com toda a certeza esse não é um “adeus”, somente um até breve.
E é isso... Eu vou continuar aqui: escrevendo quanto tiver tempo e vontade, continuar lendo e falando do que leio seja em livro ou na própria vida, continuar perseguindo a felicidade, afinal “a vida é uma eterna perseguição”. Espero que vocês também...

 Obrigada, de coração, e até breve, 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Recadinho,

Olá, queridos leitores e amigos, 
Peço desculpas por não ter dado notícias já há algum tempo e, gostaria de informá-los que ao final desse mês vou fechar o blogger durante alguns meses, para repaginá-lo e retornar com novos textos, poesias, crônicas. 
 Pretendo voltar no começo de agosto. 
Agradeço de coração aos que me acompanharam até aqui e peço que tenham um pouquinho mais de paciência, em breve retornarei com todo o gás. 
Gostaria também de ter um texto que falasse um pouco do motivo da minha ausência nesses últimos meses, mas no momento não o tenho. Posso dizer que é assim a vida, com as suas estações, etapas, processos e que de cada um devemos saborear um pouco (ou muito). 
Um abraço, e até agosto. 

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Independência é uma só.


Muitos de nós já cruzamos a linha imaginária e erroneamente ilusória de ser independente. Já andamos nessa montanha russa chamada independência. Alguns enfrentaram cada decida, cada virada de sentido, cada curva loucamente dada, em silêncio. Outros gritaram loucamente, suaram as mãos, enjoaram, vomitaram, acharam uma companhia nada pertinente, mas que na hora da subida para o despenhadeiro gritava também.  E tem aqueles que ainda não chegaram à maioridade, não tem a autonomia de simplesmente bater a porta do quarto.
Independência é uma só. Não há quatro formas de ser independente, ou mil maneiras de emancipação. Há, sim, há milhares de gaiolas visíveis e invisíveis das quais, todos os dias, lutamos para sair. A verdade é que somos sedentos natos por aventura, por voar fora da gaiola, mas somos também especialistas em entrar em cárceres, em nos aprisionarmos em jaulas e então, buscar novamente a liberdade perdida para a vida poder fazer sentido.
O pai controlador, o emprego em horário integral, o namorado ciumento, o status, o chefe, a mulher entediante, o filho que dá trabalho, a menoridade penal, o casamento supostamente feliz, a faculdade, o futuro, a banda de rock, o churrasco de domingo, o álcool na hora do desespero, o passado, a mãe, o circulo social, os planos, o dinheiro, a medalha, tudo não passa de gaiolas... Haverá um dia em que seremos independentes de tudo isso?
Esquecemos-nos de que são essas gaiolas que de alguma forma dão sentido a essa dança descompassada e improvisada chamada vida. Esquecemo-nos de por na lista a maior prisão que pode existir, o EU...
Capazes de passar uma vida inteira em busca de achar essa tal de independência, sem saber que a única coisa que precisa ser realmente livre é a alma. Buscamos loucamente essa emancipação, sem saber que essa utópica independência que estupidamente aprendemos, não é legal, ela é solitária, vazia, fria, sem graça. Não fomos feitos para viver sozinho e não depender de ninguém, somos eternos dependentes de companhia.
E aqui mora a verdadeira autonomia, somos eternamente livres para poder escolher em que lugar acomodar uma parte da nossa alma. Aonde depositar parte da nossa esperança, com quem dividir o nosso melhor sorriso. Enfim, seremos sempre livres para decidir aonde e com quem nos iremos “amarrar”, que riscos poderemos correr.